sexta-feira, 29 de julho de 2022

ONZEMEIA

Publicamos hoje um poema de um escritor gaúcho, que traz uma intensa força imagética em seus versos...

Esperamos que todas e todos gostem!

Agradecemos a generosidade do autor, que nos honrou com sua escrita!

ONZEMEIA

Avanço passos curtos,
Perfuro a cidade com o abraço,
E volta e meia volto dois passos,
Onzemeia grasna o ponteirol.
O bafo do abismo nas costas,
Se enroscando cor de esquecimento e boldo anímico.
A aranha escreve o almoço
Fio por fio, bordadeira,
eu insisto com botas de urânio
Numa loja de dançarinos de vidro.
Já carrego quatro ou doze sacos de cacos, porcelana de meus órgãos e vísceras mais secretas.
Eu sei sorrir sim! Sei muito bem. Uma coisa não tem nada a ver com a outra,
Sobre o que falávamos sobre a situação das focas e do ártico .
Sei diferenciar bem os fogos e a multidão, quando me convém,
Assim como sei separar os ossos dos carnavais.
Quem me dera ser ladino e na maciota flutuar como fumaça
Perseguindo o oceano mais torto
Que pudesse sonhar,
E sonho, 
Catalogando os ventos que o meio dia inventa.
Algum dia entre quinta e sábado,
O chão levanta pra tocar minhas rodas.
Eu sou uma tapeçaria de luz amarela incandescente,
Um meio de transporte,
Sem bússola ou pólo magnético.
Sim, gata, sou um piano elétrico
Quando aciono tua nuca.
Sei que tudo vai ficar bem.
(Se mova dois passos
E aguarde a próxima rodada).


Autor: Leonardo de Oliveira
Porto Alegre, RS
Share:

0 comentários:

Postar um comentário

EDITORA A LITER AÇÃO

EDITORA A LITER AÇÃO
Clique na imagem para visitar o site da nossa editora

INSTITUTO A LITER AÇÃO

INSTITUTO A LITER AÇÃO
Clique na imagem para conhecer nosso curso

REVISTA FLUXOS

Tradutor

QUEM SOMOS?

Espaço destinado a aventuras literárias e artísticas diversas... O nosso objetivo é o compartilhamento das palavras, das ideias, das experiências... Sempre como travessias em fluxos de devir...

Total de visualizações de página

O blog pelo mundo

Seguidores