Publicamos hoje os versos de um escritor cearense que nos provocam reflexões profundas, com forte carga dramática...
Agradecemos a generosidade dele em dividir sua preciosa escrita!
Esperamos que todas e todos gostem!
HINO AOS QUE CHORAM
Quando a vossa fronte, sem querer, descubro
E no espelho de tuas lágrimas vejo
O quadro vivo de um sofrer tão rubro
Vítima, sei eu, dum grande desejo
Busco em atropelo o luar, a brisa
O esquecer, porém, me é assaz penoso
A pele fria, o suor na camisa
São testemunhas de sofrer choroso
E aos que choram feito eu, sem lira
Dou-lhes de herdade este sorriso torto
Um arreganhar de dentes meio roto
O último ulular movido pela ira
Doravante a crisálida eu rasgo
Com toda a garra do querer viver
A força plena do lutar, vencer
De riso frouxo, sem querer, me engasgo
Na utopia dos iniciantes
Passo a buscar a outros ideais
Quem sabe um dia eu redescubra a paz
Saia da lista dos ignorantes.
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