quarta-feira, 20 de julho de 2022

PSEUDO

Publicamos hoje os versos intensos e duros de uma escritora paulista que nos honrou demais com sua escrita!

Ela também tem um conto maravilhoso no oitavo número da nossa Revista Fluxos... Vale a pena visitar a nossa revista e ler mais uma obra belíssima!

Esperamos que todas e todos gostem!


PSEUDO


Sem rosto e sem memória

caminha sempre na contramão;

Não tem elos nem história,

não tem casa não tem chão.

O tempo não existe,

sentimento é ilusão;

bastardo de nascimento,

sem família, sem irmão.

Não tem cabeça, não tem troncos,

nem os braços e as mãos.

Os seus pés são como o vento,

não tem alma e coração.

Revestido de poeira,

sobrevive sem razão!

Vida e morte não existem,

tudo é feito de ilusão.

Fragmentos de um ser,

intocável, invisível;

quase um ser, um animal,

imortal e desprezível.

Abjeto e amoral!

Oriundo do escuro e

do mais sujo lamaçal.

Criatura caricata,

estranhíssimo ectoplasma.

És destroços necrosados,

dos restos de uma utopia

que Platão a descrevestes,

e Alighieri retratastes!

Na tripartição tão sonhada

A mas vil da criação

Não seguistes quase nada,

Do que Montesquieu estruturou.

Criatura ambivalente,

presunçosa e real,

Forjado de terra e água

e de um suposto sopro Divinal!

Corrompido fostes sempre

pelas cifras e metal.

És tu o mais temido,

animal e imoral.

Na história da civilização.

tu és o veneno letal!


Autora: Vana Miletto

Sarapuí, SP


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