Publicamos hoje os versos intensos e duros de uma escritora paulista que nos honrou demais com sua escrita!
Ela também tem um conto maravilhoso no oitavo número da nossa Revista Fluxos... Vale a pena visitar a nossa revista e ler mais uma obra belíssima!
Esperamos que todas e todos gostem!
PSEUDO
Sem rosto e sem memória
caminha sempre na contramão;
Não tem elos nem história,
não tem casa não tem chão.
O tempo não existe,
sentimento é ilusão;
bastardo de nascimento,
sem família, sem irmão.
Não tem cabeça, não tem troncos,
nem os braços e as mãos.
Os seus pés são como o vento,
não tem alma e coração.
Revestido de poeira,
sobrevive sem razão!
Vida e morte não existem,
tudo é feito de ilusão.
Fragmentos de um ser,
intocável, invisível;
quase um ser, um animal,
imortal e desprezível.
Abjeto e amoral!
Oriundo do escuro e
do mais sujo lamaçal.
Criatura caricata,
estranhíssimo ectoplasma.
És destroços necrosados,
dos restos de uma utopia
que Platão a descrevestes,
e Alighieri retratastes!
Na tripartição tão sonhada
A mas vil da criação
Não seguistes quase nada,
Do que Montesquieu estruturou.
Criatura ambivalente,
presunçosa e real,
Forjado de terra e água
e de um suposto sopro Divinal!
Corrompido fostes sempre
pelas cifras e metal.
És tu o mais temido,
animal e imoral.
Na história da civilização.
tu és o veneno letal!
Autora: Vana Miletto
Sarapuí, SP
0 comentários:
Postar um comentário