Publicamos hoje os versos intensos e plenos de uma poesia amarga, mas necessária... São versos de uma escritora do Rio Grande do Norte, que muito nos honra com o privilégio de publicar sua escrita tão densa!
Esperamos que todas e todos gostem!
MESMICE
Hoje, mesmo cardápio
parece fácil
Mas é intragável:
o homem mau,
o caos,
o homem nu,
duro feito pau
no meio do mato,
morto,
pálido...
Hoje, mesmo catálogo
parece acaso
Cada estrofe, cada frase,
cada dedo de prosa
Corpo em febre
dedo na ferida,
cada pausa, choque!
Que isso passe logo!
Que isso apenas passe,
como um avião, uma tosse,
uma aula fora da classe
ou um vento qualquer...
Hoje, mesmo diálogo
parece déjà vu
Acho que falta algo,
além da típica dúvida
Talvez uma luz
ou um túnel...
Ou ainda captar
que todo pensamento
é um sopro,
que amar é penetrar
um no outro,
(sem ser vulgar)
Natural, como um aperto
de mãos num acordo
Que viver é ainda
estar a bordo,
indo e afundando
pouco a pouco...
Autora: Jéssica Siqueira Barbosa
Nísia Floresta, RN
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