quinta-feira, 16 de junho de 2022

PAR PERFEITO

Publicamos hoje a poesia simples e suave das palavras do escritor e roteirista Junior Valderano, que já morou em Guarulhos e vive atualmente em Diadema... O texto a seguir faz parte do seu livro O QUINTO BATALHÃO

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PAR PERFEITO

Um suave perfume anuncia que a primavera chegou. 

Sinto seu cheiro, entre tantas flores.

Como não reconheceria, aquela que é a mais bela? 

Aquela que me espera.

Aquela que me venera.

Aquela que entre mil quedas é a mais singela. 

Então por que és a mais bela?

Se não desperta outros interesses e passas despercebida, ao ponto de ser pisada e maltratada, tantas e tantas vezes, por tantos ao ponto de ficar toda despetalada, como pode ser a mais bela, se não há mercado para as suas flores?... Se seus espinhos agressivos provocam fortes dores?... E sua flor é pequena e desbotada?

Às vezes me pergunto e me acho muito melhor que você, a ponto de procurar novas flores, maiores, com novas formas e cores. Onde os pássaros mais bonitos de todo o vale, fazem fila para polinizar e o beija-flor não abre mão de beijar.

E enquanto isso, lá está você, em um canto qualquer, sem luz, escondida em meio a troncos e espinhos... invisível, inacessível!

Decido te abandonar e em outras flores poder provar novos sabores. Comecei pela que eu achava a mais bonita e, em seguida, fui na mais brilhante e passando pela rosa mais perfumada, percebi o quanto aquele cheiro me enjoava e que nada me saciava, decidi ir na maior flor e percebi que meu bico não alcançava o seu néctar e, por último, fui na flor mais polinizada e senti o seu gosto amargo!

Parei e te vi ali, triste, abandonada, e percebi que havíamos sido feitos em pares e que não adiantava eu te comparar, pois você é a única que me sacia com seus beijos.

E que não importa o tamanho de suas flores, pois é o suficiente para matar a minha fome! E se é discreta, é por que não carregas veneno em seu néctar... Sendo isso o que a torna tão doce, seria presa fácil nas mãos de qualquer bicho do mato, se não fossem seus espinhos, já o seu cheiro fraco é para que não sejas atacada por outros pássaros, a não ser por mim!

Sinto medo de te perder e de nunca mais ser feliz... De ser o único pássaro na floresta sem par. Percebo o quanto sou pequeno e que minhas penas são curtas, com uma cor marrom, e o meu canto é desafinado, e com um voo desajeitado eu a beijo e percebo como é bom te amar.

Autor: Junior Valderano
Diadema, SP

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