segunda-feira, 11 de abril de 2022

OS TRABALHOS

Publicamos hoje um texto poético-distópico de um escritor português, que já nos presenteou com vários escritos e já teve textos publicados em nossa Revista Fluxos...

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OS TRABALHOS


Corrida desenfreada logo pelo orvalho sem esquecer pronto agasalho no quente intuito de nada perder face ao trabalho por recente planificado. Usou de atalho que mal lhe surgiu em baralho de ocasião, mas o soalho não era o adequado devido ao excesso de cascalho, razão pela qual teve mais trabalho para contornar ser o de ofício cabeçalho. Mas não conseguiu evitar aparatosa queda, a qual lhe provocou labareda sentida a arder feito castigo na pressa que levava pela travessa ou ruela que lhe atingiu a cabeça. Não afugentou querela consigo próprio até porque a uma janela, ria uma velha com acendida vela, pensou que seria por si. Apontou-lhe trela, a divertida anciã que antes da manhã na sua maior parte já estava a pé, insistindo no gesticular e abrindo os braços até ele fazer algum caso do que se tratava. Era um pronto dito socorro que caíra do agasalho e que pelo certo estaria ali guardado, fazendo sem hesitações, um prontificado curativo aliviado ao sangue escorrendo pela cara abaixo. Rejeitou ajuda e em poucos minutos o seguir viagem correndo pela fresca aragem era a sua paisagem com pensos aqui e ali, talvez mais acolá, pois não havia quem despercebido ficasse no cruzamento entretido por atenção, com tamanha visualização na deveras exclamação à mera vista ocasional interjeição. Quase era atropelado saindo de via secundária para o rápido atravessar de principal artéria, tropeçando, mas sempre avançando no tanto esperançado de que iria chegar a tempo ao seu destino. Só que o seu novo paladino era uma rua na estreia para a própria ideia de nunca ter ali passado e de gente cheia, ele caminhava na pressa dos encontrões, alguns a gerarem pontuais altercações, mas sem demais exaltações. Só que estava a ser um acréscimo de trabalho, até no seu ânimo de eventualmente vir a ser o último no dar entrada ao local mais desejado para as tarefas do plano gizado no antes recordado sem qualquer obstáculo como nunca tinha em fulo enfrentado nem por animado bem anotado. Quando finalmente desse chegada, já teria passado por imensos trabalhos, não dando conta do que ainda estaria para vir e até por controlar sua pessoa, quando já avistava o edifício e até com superiores e colegas à varanda olhando na sua direcção, consigo espalhando os papéis numa prenunciada queda a não acontecer por muito pouco, mas no prejuízo da papelada voando, alguma no sentido aproximando em jeito do enfim cabeçalho, quase ele noticioso perante os seus chefes e de mesmo nível companheiros, um dos quais agarrou mesmo um maço em grande estilo, enquanto o portador dos papéis, sentado no chão estava em preparativos um pouco desajeitados para mais um pequeno curativo.


Autor: Luís Amorim

Oeiras, Portugal

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