Para encerrar a publicação de textos criados na Oficina Palavra Liberta: a Pós-Metáfora na Criação Literária, trago uma breve crônica em devaneio, de autoria da desengavetada escritora Rosilene Souza, cujo título é FRAGMENTOS PARAFRASEADOS NO VENTO... Mais um texto que confirma a riqueza do trabalho realizado na oficina, que vem acompanhado também de um trecho da avaliação que a Rosilene fez da oficina...
"A pós-metáfora descortinou em minhas
retinas um universo de possibilidades de escrita, produção artística e
literária, como também leitura de mundo diferenciada. Foi muito gratificante
transver este mundo e perceber que existe outras formas de ler, perceber e
ouvir o entorno e tudo o que nos desperta a atenção. E esse despertar, também
se encontra nas coisas (in)visíveis, nas “insignificâncias” da existência que
nos passam distraídas das nossas percepções e sentidos".
Fragmentos parafraseados no vento
Desafio de ficar em pé. Colecionando
memórias. A arte feita pela Zizi me ajuda a receber minha fúria. Que segundo a numerologia,
o 22 apresenta um dos números mestres. Saudades? Que medo! Que susto! O desenho
como rastro, fazendo ruptura ou rasgão, em forma de dilaceração. Sem Título,
era uma forma de distração aleatória. Como um olhar para além da cor suspensa,
num jardim remoto. É somente quando sonho que posso nascer o melhor de mim.
Travessias sem fim. Tirar a cor do touro. Sentia-me deliciosamente longe. Ah,
sei não ... Acho que nada tem jeito certo, um só jeito, um só senso, um só
sentido. O trabalho dos dias. Minha vida está nos meus versos. Declara-se
proprietária de mim, o alívio. A memória parada aceita três vezes ao dia. Para
apagar as evidências que a cidade, dia após dia, desiste. Queria que o vento
estivesse aqui. A tontura do tempo. Permanecer, porém desertar. A questão é que
... Eu não sei ... Quantos desertos existem na vida. Todas as melhores memórias
estão aqui. Chegamos a um patamar terrível e não há nenhuma tendência de cair.
Voltado para experimentos impressos. Impurezas extraordinárias. O quarador de
imagens. Notas sobre a alegria. Fundamental, não sei se faço disso a minha paz
que o meu desespero maior... Habitar-se: uma relação incorpórea com a argila. Respeitar
a queda. This still life. Le reconoci a mi propia alma. Sem trama e sem
final. Laboratório de reticências da criação. Como é a passagem do ato de
escuta para o ato de traduzir em texto o que foi escutado?
Autora: Rosilene Souza
Belo Horizonte - MG
Escrito em março de 2021
Maravilhoso texto da colega de letras: Rosi!
ResponderExcluirFoi realmente muito significativo, para mim, participar dessa oficina!!
Ficamos felizes com suas palavras, Janethe!
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