terça-feira, 6 de abril de 2021

FRAGMENTOS PARAFRASEADOS NO VENTO

Para encerrar a publicação de textos criados na Oficina Palavra Liberta: a Pós-Metáfora na Criação Literária, trago uma breve crônica em devaneio, de autoria da desengavetada escritora Rosilene Souza, cujo título é FRAGMENTOS PARAFRASEADOS NO VENTO... Mais um texto que confirma a riqueza do trabalho realizado na oficina, que vem acompanhado também de um trecho da avaliação que a Rosilene fez da oficina...

"A pós-metáfora descortinou em minhas retinas um universo de possibilidades de escrita, produção artística e literária, como também leitura de mundo diferenciada. Foi muito gratificante transver este mundo e perceber que existe outras formas de ler, perceber e ouvir o entorno e tudo o que nos desperta a atenção. E esse despertar, também se encontra nas coisas (in)visíveis, nas “insignificâncias” da existência que nos passam distraídas das nossas percepções e sentidos".


Fragmentos parafraseados no vento

 

    Desafio de ficar em pé. Colecionando memórias. A arte feita pela Zizi me ajuda a receber minha fúria. Que segundo a numerologia, o 22 apresenta um dos números mestres. Saudades? Que medo! Que susto! O desenho como rastro, fazendo ruptura ou rasgão, em forma de dilaceração. Sem Título, era uma forma de distração aleatória. Como um olhar para além da cor suspensa, num jardim remoto. É somente quando sonho que posso nascer o melhor de mim. Travessias sem fim. Tirar a cor do touro. Sentia-me deliciosamente longe. Ah, sei não ... Acho que nada tem jeito certo, um só jeito, um só senso, um só sentido. O trabalho dos dias. Minha vida está nos meus versos. Declara-se proprietária de mim, o alívio. A memória parada aceita três vezes ao dia. Para apagar as evidências que a cidade, dia após dia, desiste. Queria que o vento estivesse aqui. A tontura do tempo. Permanecer, porém desertar. A questão é que ... Eu não sei ... Quantos desertos existem na vida. Todas as melhores memórias estão aqui. Chegamos a um patamar terrível e não há nenhuma tendência de cair. Voltado para experimentos impressos. Impurezas extraordinárias. O quarador de imagens. Notas sobre a alegria. Fundamental, não sei se faço disso a minha paz que o meu desespero maior... Habitar-se: uma relação incorpórea com a argila. Respeitar a queda. This still life. Le reconoci a mi propia alma. Sem trama e sem final. Laboratório de reticências da criação. Como é a passagem do ato de escuta para o ato de traduzir em texto o que foi escutado?


Autora: Rosilene Souza

Belo Horizonte - MG

Escrito em março de 2021


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2 comentários:

  1. Maravilhoso texto da colega de letras: Rosi!
    Foi realmente muito significativo, para mim, participar dessa oficina!!

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