DIANTE DOS MEUS OLHOS

Com o encerramento da Oficina Palavra Liberta: a Pós-Metáfora na Criação Literária, a vontade de expressar a profunda alegria que senti com essa experiência se tornou premente... Por isso, vou iniciar hoje a publicação dos textos finais que as pessoas participantes da oficina criaram, pois além de achar que essa é a melhor forma de dar vazão à minha alegria, é também uma homenagem a essas talentosas pessoas que partilharam essa importante trajetória comigo... Esses textos são resultados de conversas e reflexões muito ricas que tivemos durante a oficina...

Vou iniciar essas publicações com um poema, intitulado DIANTE DOS MEUS OLHOS, escrito por Janethe Fontes... Vou, ainda, publicar um trecho da avaliação que ela fez da oficina, o que também me deixou feliz e honrado...

"A oficina me trouxe uma nova perspectiva de leitura e até mesmo de escrita de textos que podem ter conteúdos considerados “pós-metafóricos”. Ou seja, eu pude não só mergulhar nesse rio, mas, também, enxergar o que havia nele, e isso, em termos de conhecimento, foi um ganho enorme para mim…"

DIANTE DOS MEUS OLHOS

 

Em um ritual metafísico, metafórico, metaholístico,

seres multicoloridos dançam, gingam, balançam, saltitam,

movem-se em uma eurritmia quase poeticamente prosaica,

quase prosaicamente poética,

dialética!

 

Mas repentinamente oscilam,

folgam, afrouxam, baldam,

e se perdem e se encontram e se reencontram num cerimonial tremeluzentemente lúdico,

freneticamente excitante,

luxuriosamente suave, doce, meigo,

túrgido!

 

Seres inocentemente livres, soltos, que brincam e fazem amor espontaneamente diante dos meus olhos distraidamente atônitos,

estupefatos,

chocados,

divertidos!

Autora: Janethe Fontes

Guarulhos - SP

Escrito em março de 2021