Ainda remexendo em escritos recuados no tempo, reencontrei esses versos, que já foram publicados em uma antologia intitulada PALAVRAS LIBERTAS... Que eles continuem pelos ventos!
CRÔNICA DA SOLIDÃO
Tive um sonho!
Ou terá sido um pesadelo?
Será que eu sofria ou vivia?
Contemplo imagens difusas, ideias confusas.
Vejo véus, entrelaçados, serpenteando
Em uma dança frenética e prateada
Que convida a lua para um banquete
Onde é servida a essência da maravilha.
Cada véu que cai vai descobrindo a divina luz da beleza.
Ouço o som de plumas coloridas, pássaros cantando, asas de
anjo,
A suave e doce música do sol do verão.
Sinto o perfume e o aroma das flores da primavera.
Lírios, narcisos, rosas brancas,
Um jardim inteiro de felicidade e fantasia.
Deito-me na lagoa de ouro, espelho d’água
Onde sou abraçado pela Vênus de mármore
Que tem braços, boca, seios, ventre, vida.
Vida que pulsa e bombeia meu sangue,
Bombardeando meu coração
Com uma rajada de desejo e de paixão.
Sento-me, sorridente, à mesa
Para saciar a minha sede de magia e a minha fome de alegria.
Mas o som cessa, o perfume se dissolve
E os véus voltam a turvar minha visão,
Cobrindo a luz da beleza com o manto da ilusão.
Foi um sonho! O sonho do amor inatingível
Que reforça a insistente marca da solidão.
Só me resta esperar que os véus voltem a cair,
Que a luz apareça com a sua delicada maciez,
Que as plumas e as asas voltem a cantar
Para que eu possa participar da sagrada ceia,
Comendo o pão divino e bebendo o vinho fantástico.
Para que eu possa, no colo da Vênus,
Rezar salmos nos seus lábios
E viver plenamente o ritual
Da única santa da minha devoção,
Santa Bela Atriz.
Santa rainha, senhora, princesa,
A santa cuja beleza
Transformará a solidão da minha existência
No tranquilo sono do amor.
Autor: Roman Lopes
Escrito em junho de 2005.
Sou suspeita para falar... eu sei... eu sei...(rsrs)
ResponderExcluirMas não posso deixar de comentar que amei!!
E eu sou suspeito para falar o quanto gosto dos seus comentários... rsrsrs
Excluir